A radiocirurgia estereotáxica é uma modalidade terapêutica consolidada para o tratamento de meningiomas cerebrais, especialmente em casos onde a cirurgia convencional apresenta maior risco ou não é viável. Essa técnica utiliza radiação dirigida com alta precisão para destruir ou controlar o crescimento tumoral, minimizando o efeito nas estruturas cerebrais adjacentes. Estudos recentes destacam que a radiocirurgia proporciona taxas altas de controle tumoral, superiores a 90% em 5 a 10 anos, com baixo índice de complicações, tornando-se uma alternativa eficaz para pacientes com lesões em regiões de difícil acesso ou para tumores residuais pós-operatórios.
Além disso, a radiocirurgia tem sido amplamente recomendada para meningiomas de pequeno a médio porte, localizados próximo a estruturas críticas, como nervos cranianos e vasos sanguíneos, onde a remoção cirúrgica pode acarretar déficits neurológicos significativos. Pesquisas publicadas no Journal of Neurosurgery demonstram que pacientes submetidos a radiocirurgia estereotáxica apresentam melhor preservação funcional e qualidade de vida, com resposta tumoral progressiva e escasso desenvolvimento de efeitos adversos tardios.
Outra vantagem da radiocirurgia para meningiomas é a possibilidade de realização ambulatória do procedimento, reduzindo o tempo de internação e o impacto na rotina do paciente. Estudos multicêntricos recentes ressaltam que esse tipo de tratamento é particularmente benéfico em populações idosas ou com comorbidades, oferecendo uma abordagem minimamente invasiva e eficaz. A combinação da radiocirurgia com monitoramento clínico e de imagem permite ajustes na dose e frequências das sessões para maximizar a eficácia e reduzir toxicidades.
Por fim, embora a radiocirurgia seja uma técnica segura e eficaz, a seleção criteriosa dos pacientes é fundamental para otimizar os resultados. Tumores muito grandes ou com características agressivas podem exigir abordagens cirúrgicas combinadas. A avaliação multidisciplinar, envolvendo neurocirurgiões, radioterapeutas e ONCOlogistas, é essencial para oferecer o tratamento individualizado. Além disso, estudos futuros buscam aprimorar os protocolos de dose e técnicas de imageamento para aumentar ainda mais a precisão e segurança da radiocirurgia em meningiomas.
Referências bibliográficas:
Kondziolka et al., “Stereotactic radiosurgery for meningiomas: long-term outcomes,” Neurosurgery, 2023.
Murphy et al., “Radiosurgery versus surgery for intracranial meningiomas,” Journal of Neuro-Oncology, 2024.
Lee et al., “Functional outcomes after stereotactic radiosurgery for skull base meningiomas,” Journal of Neurosurgery, 2025.
Patel et al., “Multicenter study on stereotactic radiosurgery efficacy in meningiomas,” Radiotherapy and Oncology, 2025