• Formado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
  • Residência de Neurocirurgia na Santa Casa de Belo Horizonte.
  • Fellow em Radiocirurgia e Neurocirurgia Funcional pela Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA) EUA.
  • Neurocirurgião do Corpo clínico do Hospital Sirio Libanês e Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
  • Autor do Neurosurgery Blog
  • Autor de 4 livros
  • Colaborador na criação de 11 aplicativos médicos.
  • Editor do Canal do YouTube NeurocirurgiaBR
  • Diretor de Tecnologia de Informação da Associação Paulista de Medicina (APM) 
  • Delegado da Associação Médica Brasileira (AMB)

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NEURINOMA do Acústico e Outros Schwannomas: Entendendo os Tumores da Bainha dos Nervos Dr. Julio Pereira – Neurocirurgião São Paulo – Neurocirurgião Beneficência Portuguesa.

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Os schwannomas são um tipo de tumor geralmente benigno que se origina das células de Schwann, estruturas responsáveis por produzir a bainha de mielina que isola e protege os nervos do corpo. Como essas células estão presentes em quase todo o sistema nervoso periférico e nos nervos cranianos, um schwannoma pode, teoricamente, surgir em qualquer um desses locais. O tipo mais comum e conhecido de schwannoma intracraniano é o Neurinoma do Acústico, cujo nome técnico mais preciso é Schwannoma Vestibular. Este tumor se desenvolve no oitavo nervo craniano, o nervo vestibulococlear, que é fundamental para a audição e o equilíbrio, explicando diretamente os sintomas que ele provoca.

Os sinais e sintomas de um neurinoma do acústico costumam ser graduais e sutis no início, o que pode atrasar o diagnóstico. O sintoma mais característico é a perda auditiva progressiva e unilateral (em apenas um ouvido), frequentemente acompanhada de zumbido (tinnitus) no mesmo lado. À medida que o tumor cresce, ele pode causar tontura, vertigem e desequilíbrio. Em estágios mais avançados, a compressão de nervos adjacentes pode levar a sintomas adicionais, como dormência ou fraqueza na face. O diagnóstico é confirmado através de exames como a audiometria, para avaliar a perda auditiva, e a ressonância magnética (RM) com contraste, que é o padrão-ouro para visualizar o tumor com precisão.

O tratamento para o neurinoma do acústico e outros schwannomas depende de vários fatores, incluindo o tamanho e a localização do tumor, a idade e a saúde geral do paciente, e a gravidade dos sintomas. Existem três pilares principais de tratamento. O primeiro é a observação, com monitoramento periódico por ressonância magnética, indicada para tumores pequenos, de crescimento lento e com poucos sintomas. A segunda opção é a microcirurgia para a ressecção do tumor, cujo objetivo é remover a lesão preservando ao máximo a função dos nervos, especialmente o nervo facial e, quando possível, a audição. A terceira abordagem é a radiocirurgia estereotáxica, um tratamento não invasivo que utiliza feixes de radiação focados para impedir o crescimento do tumor, sendo uma excelente alternativa à cirurgia em muitos casos.

Embora o neurinoma do acústico seja o mais famoso, é importante lembrar que os schwannomas podem se desenvolver em outros locais, como nos nervos da coluna vertebral ou nos nervos periféricos dos braços e pernas. Nesses casos, os sintomas variam de acordo com o nervo afetado, podendo incluir dor, fraqueza ou dormência na área correspondente. Felizmente, por se tratar de uma condição benigna na esmagadora maioria dos casos, o prognóstico para pacientes com schwannomas é excelente. Com as modernas técnicas de diagnóstico e tratamento, o foco está sempre no controle eficaz do tumor, na minimização dos sintomas e na preservação da qualidade de vida do paciente.