A distinção fundamental entre os dois tipos reside no padrão de crescimento e invasão. Os tumores benignos crescem de maneira expansiva, ou seja, eles aumentam de volume “empurrando” os tecidos vizinhos, e geralmente são envoltos por uma cápsula fibrosa que delimita claramente onde termina o tumor e começa o tecido saudável. Já os tumores malignos (câncer) possuem um crescimento infiltrativo: eles não têm cápsula e invadem as estruturas adjacentes como raízes, destruindo o tecido normal e tornando as margens da lesão difíceis de definir a olho nu.
Shutterstock
Explore
No nível microscópico, a diferenciação celular é um critério determinante. As células de um tumor benigno são “bem diferenciadas”, o que significa que elas ainda se parecem muito com as células normais do tecido que lhes deu origem, mantendo uma organização relativamente preservada. Em contrapartida, as células malignas sofrem anaplasia (perda de diferenciação): elas são caóticas, apresentam núcleos anormais, formas bizarras e se multiplicam de forma descontrolada e muito mais rápida do que as células benignas.
O divisor de águas mais crítico, no entanto, é a capacidade de metástase. Tumores benignos são estritamente locais; por maiores que fiquem, eles jamais se espalham para outras partes do corpo. O tumor maligno, por definição, tem a capacidade de desprender células da massa principal que viajam através da corrente sanguínea ou do sistema linfático para colonizar órgãos distantes (como pulmões, fígado, ossos ou cérebro), criando novos focos da doença longe da origem.
Por fim, essas características ditam o tratamento e o prognóstico. Devido à sua cápsula e falta de invasão, a remoção cirúrgica completa de um tumor benigno é geralmente curativa e a recidiva (volta do tumor) é rara. No caso do câncer, devido à sua natureza invasiva e risco de micro-metástases, a cirurgia muitas vezes precisa ser acompanhada de tratamentos sistêmicos como quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia para eliminar células microscópicas residuais, havendo um risco maior de a doença retornar se não tratada agressivamente.