• Formado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
  • Residência de Neurocirurgia na Santa Casa de Belo Horizonte.
  • Fellow em Radiocirurgia e Neurocirurgia Funcional pela Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA) EUA.
  • Neurocirurgião do Corpo clínico do Hospital Sirio Libanês e Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
  • Autor do Neurosurgery Blog
  • Autor de 4 livros
  • Colaborador na criação de 11 aplicativos médicos.
  • Editor do Canal do YouTube NeurocirurgiaBR
  • Diretor de Tecnologia de Informação da Associação Paulista de Medicina (APM) 
  • Delegado da Associação Médica Brasileira (AMB)

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Alimentos Ultraprocessados e o Risco de Câncer: Uma Conexão Alarmante – Dr. Julio Pereira – Neurocirurgião São Paulo – Neurocirurgião Hospital Sírio-Libanês

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Os alimentos ultraprocessados, caracterizados por uma extensa lista de ingredientes, aditivos e métodos industriais, têm se tornado uma presença dominante nas dietas modernas. No entanto, uma crescente quantidade de evidências sugere uma ligação preocupante entre o consumo desses produtos e o aumento do risco de câncer. A natureza altamente processada desses alimentos muitas vezes resulta em uma composição nutricional desequilibrada, rica em açúcares, gorduras saturadas e aditivos químicos, fatores que têm sido associados a diversos tipos de câncer.

Composição Nutricional Desfavorável: Um Terreno Propício para o Câncer

Os alimentos ultraprocessados frequentemente carecem dos nutrientes essenciais encontrados em alimentos frescos e minimamente processados. Em vez disso, muitos destes produtos são carregados com ingredientes artificiais, conservantes e corantes, sendo um fator de risco para o desenvolvimento de células cancerígenas. O alto teor de gorduras saturadas e açúcares refinados nesses alimentos contribui para o ganho de peso e a obesidade, fatores de risco conhecidos para várias formas de câncer, incluindo câncer de mama, cólon e pâncreas.

A Inflamação Crônica como Consequência

O consumo regular de alimentos ultraprocessados também está associado à promoção de inflamação crônica no corpo. A inflamação prolongada tem sido reconhecida como um fator contribuinte para o desenvolvimento e progressão do câncer. Ingredientes como óleos vegetais refinados e aditivos alimentares podem desencadear respostas inflamatórias, criando um ambiente favorável para a transformação celular maligna.

Estudos Epidemiológicos Reforçam a Conexão

Estudos epidemiológicos têm consistentemente apontado para a associação entre a ingestão de alimentos ultraprocessados e a incidência de câncer. Populações que consomem dietas ricas nesses produtos apresentam maior incidência de diversos tipos de câncer, o que fortalece a evidência da relação entre esses alimentos e a doença. Essas descobertas enfatizam a importância de conscientizar o público sobre os riscos potenciais associados a escolhas alimentares inadequadas.

A associação entre alimentos ultraprocessados e o aumento do risco de câncer é sustentada por diversas pesquisas científicas. Estudos epidemiológicos e experimentais fornecem evidências consistentes, apontando para a relação entre o consumo desses alimentos e a incidência de várias formas de câncer.

  1. Artigo de Revisão da IARC (Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer):
    • Monteiro CA, Cannon G, Levy RB, Moubarac JC, Louzada ML, Rauber F, Khandpur N, Cediel G, Neri D, Martinez-Steele E, Baraldi LG, Jaime PC. “Ultra-processed foods: What they are and how to identify them.” Public Health Nutr. 2019 Jun;22(5):936-941. doi: 10.1017/S1368980018003769.
  2. Estudo Prospectivo
    • Fiolet T, Srour B, Sellem L, Kesse-Guyot E, Allès B, Méjean C, Deschasaux M, Fassier P, Latino-Martel P, Beslay M, Hercberg S, Lavalette C, Monteiro CA, Julia C, Touvier M. “Consumption of ultra-processed foods and cancer risk: results from NutriNet-Santé prospective cohort.” BMJ. 2018 Feb 14;360:k322. doi: 10.1136/bmj.k322.
  3. Estudo EPIC (European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition):
    • Srour B, Fezeu LK, Kesse-Guyot E, Allès B, Méjean C, Andrianasolo RM, Chazelas E, Deschasaux M, Hercberg S, Galan P, Monteiro CA, Julia C, Touvier M. “Ultra-processed food intake and risk of cardiovascular disease: prospective cohort study (NutriNet-Santé).” BMJ. 2019 May 29;365:l1451. doi: 10.1136/bmj.l1451.

Promovendo a Conscientização e Mudança de Hábitos

Para mitigar os riscos associados aos alimentos ultraprocessados, é essencial promover a conscientização sobre hábitos alimentares saudáveis. Incentivar o consumo de alimentos frescos, minimamente processados e balanceados nutricionalmente é crucial. Além disso, políticas públicas e regulamentações que visam limitar a presença desses produtos nocivos no mercado podem desempenhar um papel significativo na proteção da saúde pública contra o câncer e outras doenças relacionadas à dieta.