👂 Neurinoma do Acústico Assintomático: Achado Incidental e Vigilância
O neurinoma do acústico, também conhecido como schwannoma vestibular, é um tumor benigno (Grau I da OMS) que se desenvolve a partir das células de Schwann que revestem o oitavo nervo craniano, o nervo vestibulococlear
Shutterstock
. Embora tipicamente cause sintomas como perda auditiva unilateral e zumbido, é cada vez mais comum o achado de pequenos neurinomas de forma assintomática em exames de ressonância magnética (RM) do encéfalo realizados por outras razões. Nesses casos incidentais, o tumor ainda não cresceu o suficiente para comprimir significativamente o nervo ou as estruturas cerebrais adjacentes.
📉 Risco de Perda Auditiva e Desequilíbrio
O risco mais imediato e característico de um neurinoma do acústico, mesmo que inicialmente assintomático, é a perda auditiva progressiva e o desenvolvimento de desequilíbrio ou vertigem. Como o tumor se origina no nervo vestibulococlear, sua expansão inevitavelmente compromete as fibras responsáveis pela audição e pelo equilíbrio. A perda auditiva costuma ser lenta e gradual, mas há casos de deterioração auditiva súbita. Portanto, o achado de um neurinoma, mesmo pequeno, coloca o paciente em risco contínuo de desenvolver sequelas funcionais que afetam drasticamente a qualidade de vida.
🧠 Riscos de Compressão de Estruturas Vitais
Com o tempo e o crescimento do tumor, especialmente aqueles que se estendem além do canal auditivo interno, o risco se amplia para a compressão de estruturas cerebrais vitais. Um neurinoma grande pode pressionar o tronco encefálico
Getty Images
, levando a problemas de coordenação, dormência facial (compressão do nervo trigêmeo) ou, em casos muito raros, hidrocefalia e risco de vida. A vigilância é crucial para detectar o crescimento tumoral antes que ele atinja um tamanho que torne a intervenção (cirúrgica ou radiocirúrgica) mais arriscada ou tecnicamente complexa devido à proximidade com estruturas vasculares e nervos.
📋 Conduta de Vigilância Ativa e Intervenção
Para neurinomas do acústico pequenos e verdadeiramente assintomáticos, a diretriz padrão é a vigilância ativa (ou watch-and-wait), que consiste em realizar exames de ressonância magnética e audiometrias seriadas (geralmente a cada 6 ou 12 meses) para monitorar a taxa de crescimento. A decisão de intervir (por radiocirurgia estereotáxica ou remoção cirúrgica) é tomada se houver evidência de crescimento significativo do tumor ou se o paciente começar a manifestar sintomas clinicamente relevantes, como perda auditiva progressiva. O risco, nesse cenário, é ponderar a possibilidade de progressão da doença contra os riscos inerentes a qualquer tratamento invasivo.